Após tantas revelações feitas nas minhas palestras e no blog
sobre os alimentos ultra-processados – que até biscoito água e sal, gelatina e
barrinha de cereal podem não ser saudáveis – as pessoas ficam desesperadas sem
saber o que comer.
Já
ouvi várias vezes frases do tipo “Então para ser saudável eu só posso comer
mato?”. É então que percebo com tristeza, como o conceito de alimento está
sendo deturpado de forma brutal.
O que as pessoas
chamam de “mato”, são verduras e legumes, e falando dessa forma, deixam claro
que não as consideram como alimento (pelo menos não para humanos), ao passo que
consideram “alimento” produtos sem qualquer valor nutritivo, como
refrigerantes, embutidos, salgadinhos, sanduíches, doces.
Devemos ter
como conceito de alimento, algo que é bom antes, durante e depois do seu
consumo. Ser bom antes significa agradar aos olhos, ter uma boa aparência, um
aroma apetitoso. Durante, quer dizer que deve ser saboroso, aguçar nossas
papilas gustativas. Depois, é o benefício que traz ao organismo, fornecendo
substâncias que regularão as funções fisiológicas, promovendo harmonia
metabólica e saúde.
O que, baseada
em conhecimento científico, considero alimento é o que fornece um conjunto de
substâncias nutritivas indispensáveis para manter a vida e a saúde. Partindo
desse conceito, como considerar “alimento” produtos ricos em aditivos
sintéticos, sal e outras substâncias maléficas?
Você
já parou para pensar na diferença de prazo de validade entre os alimentos
feitos totalmente por processo industrial e os caseiros? Um bolo feito em casa,
dura no máximo 4 dias, no entanto, um bolo pronto (sem recheio), fica íntegro
por mais de uma semana. Um bom exemplo é o panetone, que desde outubro já vemos
à venda nas padarias e supermercados! Por que dura tanto? Devido ao uso de
grande quantidade de conservantes e sal.
Joann Bruso, uma nutricionista americana, deixou em cima da
geladeira um kit lanche de uma rede de fast-food famosa no mundo todo, para ver
quanto tempo durava e testar o poder dos conservantes. Após 1 ano inteiro,
notou que não havia se deteriorado! Nem mesmo as moscas se aproximavam do
lanche! São adicionados conservantes e sal em quantidades que permitem que esse
produto seja conservado por mais de 365 dias!
Comida
de verdade tem que estragar, porque é alimento vivo.
Passe
a ter o hábito de ler os rótulos de alimentos predominantemente
industrializados (cuja maior parte da matéria prima foi formulada
industrialmente), e verá que muitas vezes, mais de 50% do que está escrito, não
reconhecemos como alimento. Será que o que está dentro daquela embalagem foi
feito para atender às necessidades de saúde do nosso organismo?
A verdade é que não.
Nosso
corpo reconhece e precisa de vitaminas, minerais, água, carboidratos, proteínas
e gorduras de boa qualidade. Exemplos de boas fontes são as frutas, verduras, legumes, cereais (arroz, trigo,
milho, aveia), leguminosas (todos os tipos de feijão, soja, lentilha, grão de
bico); encontrados naturalmente e não são predominantemente
processados pela indústria ou feitos em laboratórios como os aditivos químicos.
O
corpo reconhece o que a natureza nos fornece. O que damos para ele de diferente
causa transtorno metabólico, que se manifesta
em alergia, dor de cabeça, mal-estar, falta de vitalidade, indisposição, que
nada mais são do que avisos de que por dentro as coisas não vão nada bem.
Por que
maltratar o organismo consumindo o que só faz bem da boca para fora, que depois
de engolido não beneficia em nada, pelo contrário, dá trabalho para ser
eliminado? Do que adianta agradar aos olhos, ao paladar, mas quando chega ao
organismo causa má digestão, desconforto, enxaqueca, constipação, aumento de
colesterol, hipertensão; além de nos predispor a outras inúmeras doenças?
Pense nisso, sua saúde é seu maior
patrimônio.